Era uma vez um príncipe que se apaixonou por uma dama

Era uma vez... um príncipe e uma dama. Esta história podia muito bem começar assim. Poderia ter sido um conto de encantar, uma história para adormecer, mas é o oposto. Vou-vos contar uma história para não adormecer.
É muito curta, relata os amores proibidos entre um príncipe e uma dama. O Príncipe enamorado e a dama de companhia, da esposa do príncipe, vivem uma paixão fulminante... Este amor, de cujo fruito nasceram três bastardos, será a condenação da bela Dama.
O povo e os nobres, temendo pela nação, entendem que só a morte de Inês de Castro poderá livrar o Príncipe de tão funesta influência.
Nobres mais influentes, como Diogo Lopes Pacheco, Pero Coelho e Álvaro Gonçalves, convencem el-Rei a decretar a morte de Inês de Castro. O rei consente. De imediato os carrascos aproveitam-se cobardemente da ausência do príncipe para invadir o Paço de Santa Clara, em Coimbra… e matam o que havia de mais puro e singelo entre dois amores.
Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruito,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito
(in Os Lusíadas)

E a minha história chega ao fim. O destino ceifou a vida de Inês ainda muito jovem. Morreu com cerca de 35 anos, uma jovem mulher, com tanto para dar.

Neste conto de fadas o final podia ser outro… bastava o povo e os homens quererem. Inês morreu, não viveu feliz para sempre ao lado do seu amado.

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