D. Inês de Castro

Autobiografia de D. Inês


Chamo-me Inês de Castro, nasci entre 1320 e 1325 (perdoem-me, mas já não me lembro bem), sou filha natural de Pedro Fernandes de Castro, que é o mordomo-mor do rei Afonso XI de Castela, e de uma dama portuguesa, Aldonça Lourenço de Valadares. O meu pai, neto ilegítimo de Sancho IV de Castela, é um dos fidalgos mais poderosos do reino de Castela.
Em 1934, fui para Portugal, como aia de D. Constança, aquando do seu casamento com D. Pedro.
Mas quis o infortúnio que durante o casamento me apaixonasse por D. Pedro e este por mim. Procurei evitar esse amor, tentei resistir às investidas e insistências de D. Pedro, mas em vão. Viemos mais tarde a ter um romance secreto, mas não tão secreto como desejaríamos, por toda a corte começaram a surgir boatos.
Algum tempo mais tarde D. Constança, minha senhora, morre ao dar à luz D. Fernando. A sua morte veio livrar o meu amado dos laços do matrimónio, vimos aí a nossa oportunidade para ficarmos juntos. Decidimos casar-nos às escondidas, algum tempo mais tarde, e tivemos quatro filhos D. Afonso, que infelizmente morreu pouco tempo de nascer, D. João, D. Dinis e D. Beatriz.
O povo, como bem sabeis, tem uma arma poderosíssima – a língua. Com o passar dos tempos, começaram a surgir rumores sobre possíveis influências nefastas de meus irmãos sobre o meu Pedro e as coisas complicaram-se. A nossa relação começava a ser uma ameaça política.
Em 1355, a 7 de Janeiro, o rei D Afonso IV manda Diogo Lopes Pacheco, Pedro Coelho e Álvaro Gonçalves matar-me, nos paços de Santa Clara em Coimbra. Foi um acto de extrema crueldade e cobardia. Poderia muito bem ter aceita as minhas súplicas e ter-me desterrado para qualquer parte, menos a morte. Mas como certamente sabiam que eu iria voltar, ou que ele me mandaria regressar como já o fizera, resolveram tirar-me a vida. Passei a ser conhecida, depois da minha morte pela que depois de morta foi rainha.

Referências:
http://www.triplov.com/
http://pt.wikipedia.org/wiki/In%C3%AAs_de_Castro

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