Boas Férias

Viva, estamos de férias! Bora ler, rir, dormir, passear e conversar.

D. Inês de Castro

Autobiografia de D. Inês


Chamo-me Inês de Castro, nasci entre 1320 e 1325 (perdoem-me, mas já não me lembro bem), sou filha natural de Pedro Fernandes de Castro, que é o mordomo-mor do rei Afonso XI de Castela, e de uma dama portuguesa, Aldonça Lourenço de Valadares. O meu pai, neto ilegítimo de Sancho IV de Castela, é um dos fidalgos mais poderosos do reino de Castela.
Em 1934, fui para Portugal, como aia de D. Constança, aquando do seu casamento com D. Pedro.
Mas quis o infortúnio que durante o casamento me apaixonasse por D. Pedro e este por mim. Procurei evitar esse amor, tentei resistir às investidas e insistências de D. Pedro, mas em vão. Viemos mais tarde a ter um romance secreto, mas não tão secreto como desejaríamos, por toda a corte começaram a surgir boatos.
Algum tempo mais tarde D. Constança, minha senhora, morre ao dar à luz D. Fernando. A sua morte veio livrar o meu amado dos laços do matrimónio, vimos aí a nossa oportunidade para ficarmos juntos. Decidimos casar-nos às escondidas, algum tempo mais tarde, e tivemos quatro filhos D. Afonso, que infelizmente morreu pouco tempo de nascer, D. João, D. Dinis e D. Beatriz.
O povo, como bem sabeis, tem uma arma poderosíssima – a língua. Com o passar dos tempos, começaram a surgir rumores sobre possíveis influências nefastas de meus irmãos sobre o meu Pedro e as coisas complicaram-se. A nossa relação começava a ser uma ameaça política.
Em 1355, a 7 de Janeiro, o rei D Afonso IV manda Diogo Lopes Pacheco, Pedro Coelho e Álvaro Gonçalves matar-me, nos paços de Santa Clara em Coimbra. Foi um acto de extrema crueldade e cobardia. Poderia muito bem ter aceita as minhas súplicas e ter-me desterrado para qualquer parte, menos a morte. Mas como certamente sabiam que eu iria voltar, ou que ele me mandaria regressar como já o fizera, resolveram tirar-me a vida. Passei a ser conhecida, depois da minha morte pela que depois de morta foi rainha.

Referências:
http://www.triplov.com/
http://pt.wikipedia.org/wiki/In%C3%AAs_de_Castro

D. Pedro I

A Minha História
- Por D. Pedro I de Portugal -

Eu, D. Pedro I, oitavo rei de Portugal, nasci no dia 8 de Abril de 1320 em Coimbra. Sou o filho primogénito do rei D. Afonso IV e de Beatriz de Castela.
Casei primeiro com a princesa Branca de Castela, a quem repudiei por debilidade física e mental. Depois, em Agosto de 1339, casei com Constança Manuel, filha do duque castelhano D. João Manuel. Minha esposa aquando da sua vinda para Portugal trouxe toda uma comitiva. Era um cortejo de gente importante. Havia fidalgos, escudeiros, segréis, trovadores, aias e damas de companhia.
Quis o destino que me apaixonasse por uma das suas damas, de seu nome Inês de Castro, a minha Inês, a Inês de Portugal. Muitas histórias e historietas foram criadas em torno do nosso romance. A verdade é que a maldade dos homens, o medo, o desespero e a falta de confiança ditaram a sua malfadada sorte, como bem sabeis.
Devo dizer-vos que o amor correspondido não foi de imediato. Inês era uma dama, era virgem e pura donzela. Resistiu por algum tempo às minhas provocações e aos meus olhares. A sua beleza e graça não me eram indiferentes. Apaixonei-me por ela, os bafos do amor e os fados assim o quiseram.
Apesar de não ser feliz no meu casamento (devo lembrar que foi um casamento político) dei cumprimento ao meu dever de primogénito. Tive descendentes, perpetuei a minha descendência e garanti a independência de Portugal. Com D. Constança tive três filhos: o infante D. Luís (que morreu pouco depois de ter nascido), o infante D. Fernando e a infanta D. Maria. Minha esposa faleceu (com muita pena minha) de desgosto. Eu não a amava como ela tanto queria. Foi uma dama discreta, fiel e subserviente, disso tenho consciência, mas não havia amor, era apenas cumprimento do dever.
Após a morte de minha esposa fiquei livre, pensava eu, para poder viver com minha amada e meus filhos. Mas meu pai e seus conselheiros assim o não entenderam. Devo dizer que eu e meu pai, o soberano Afonso IV, nos desentendemos várias vezes. Ele bem tentou demover-me dos meus intentos para com minha amada Inês, mas quando se ama não há longe nem distâncias. Foi então que, para nossa grande felicidade, nasceu o nosso primeiro filho, a quem demos o nome de Afonso. Seguiu-se D. João, D. Dinis e D. Beatriz. Pensava eu que iríamos viver felizes para sempre, junto de nossos filhos e netos. Como poderia eu pensar que meu pai, meu próprio pai, seria capaz de me tirar o meu maior amor? Mas foi, e a minha Inês, foi-me retirada em 1355, na Quinta das Lágrimas, numa tarde enquanto estava na caça. Foi assassinada pelos conselheiros de meu pai, que lhes deu autorização.
Caí em revolta. Quando meu pai morreu, em Maio de 1357 e eu subi ao trono, a primeira coisa que fiz foi aclamar minha formosa Inês Rainha de Portugal, obrigando todos os nobres portugueses a fazer a cerimónia de beija-mão real. Apelidaram o meu reinado de cruel, mas eu tentei ser o mais justo possível; não olhei a amizades nem a parentescos. Depois de encontrar os traidores conselheiros de meu falecido pai, tirei-lhes a vida, tal como fizeram com minha amada. A meu ver, finalmente tinha sido feita justiça.
Havia então uma moça lá por perto, de seu nome Teresa Lourenço, com quem me deixei, por muita raiva minha (ainda amava a minha Inês), envolver. E foi assim que, no fim desse mesmo ano de 1357, nasceu nosso primeiro e único filho, o futuro El’ Rei D. João I (Mestre de Avis).
Minha vida continuou então, tranquilamente reinando durante dez anos, até ao meu falecimento em Estremoz, dia 18 de Janeiro de 1967. Por minha grande vontade fui sepultado no Mosteiro de Alcobaça junto de Inês, eternos apaixonados, para que até mesmo na outra vida pudéssemos continuar a ser amantes, vivendo o nosso amor com mais ternura e vontade que nunca.

Episódio de “Inês de Castro”

Episódio de “Inês de Castro”
Os Lusíadas - Luís Vaz de Camões
Canto III, 118 a 135
Tragédia de amor
É um dos mais belos episódios de amor. Relata a história daquela "que depois de ser morta foi rainha".

TEXTO
118
Passada esta tão próspera vitória,
Tornado Afonso à Lusitana Terra,
A se lograr da paz com tanta glória
Quanta soube ganhar na dura guerra,
O caso triste e dino da memória,
Que do sepulcro os homens desenterra,
Aconteceu da mísera e mesquinha
Que despois de ser morta foi Rainha.

119
Tu, só tu, puro amor, com força crua,
Que os corações humanos tanto obriga,
Deste causa à molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano.

120
Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruito,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuito,
Aos montes insinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.

121
Do teu Príncipe ali te respondiam
As lembranças que na alma lhe moravam,
Que sempre ante seus olhos te traziam,
Quando dos teus fernosos se apartavam;
De noite, em doces sonhos que mentiam,
De dia, em pensamentos que voavam;
E quanto, enfim, cuidava e quanto via
Eram tudo memórias de alegria.

122
De outras belas senhoras e Princesas
Os desejados tálamos enjeita,
Que tudo, enfim, tu, puro amor, desprezas,
Quando um gesto suave te sujeita.
Vendo estas namoradas estranhezas,
O velho pai sesudo, que respeita
O murmurar do povo e a fantasia
Do filho, que casar-se não queria,

123
Tirar Inês ao mundo determina,
Por lhe tirar o filho que tem preso,
Crendo co sangue só da morte ladina
Matar do firme amor o fogo aceso.
Que furor consentiu que a espada fina,
Que pôde sustentar o grande peso
Do furor Mauro, fosse alevantada
Contra hûa fraca dama delicada?

124
Traziam-na os horríficos algozes
Ante o Rei, já movido a piedade;
Mas o povo, com falsas e ferozes
Razões, à morte crua o persuade.
Ela, com tristes e piedosas vozes,
Saídas só da mágoa e saudade
Do seu Príncipe e filhos, que deixava,
Que mais que a própria morte a magoava,

125
Pera o céu cristalino alevantando,
Com lágrimas, os olhos piedosos
(Os olhos, porque as mãos lhe estava atando
Um dos duros ministros rigorosos);
E despois, nos mininos atentando,
Que tão queridos tinha e tão mimosos,
Cuja orfindade como mãe temia,
Pera o avô cruel assi dizia:

126
(Se já nas brutas feras, cuja mente
Natura fez cruel de nascimento,
E nas aves agrestes, que somente
Nas rapinas aéreas tem o intento,
Com pequenas crianças viu a gente
Terem tão piedoso sentimento
Como co a mãe de Nino já mostraram,
E cos irmãos que Roma edificaram:

127
ó tu, que tens de humano o gesto e o peito
(Se de humano é matar hûa donzela,
Fraca e sem força, só por ter sujeito
O coração a quem soube vencê-la),
A estas criancinhas tem respeito,
Pois o não tens à morte escura dela;
Mova-te a piedade sua e minha,
Pois te não move a culpa que não tinha.

128
E se, vencendo a Maura resistência,
A morte sabes dar com fogo e ferro,
Sabe também dar vida, com clemência,
A quem peja perdê-la não fez erro.
Mas, se to assi merece esta inocência,
Põe-me em perpétuo e mísero desterro,
Na Cítia fria ou lá na Líbia ardente,
Onde em lágrimas viva eternamente.

129
Põe-me onde se use toda a feridade,
Entre leões e tigres, e verei
Se neles achar posso a piedade
Que entre peitos humanos não achei.
Ali, co amor intrínseco e vontade
Naquele por quem mouro, criarei
Estas relíquias suas que aqui viste,
Que refrigério sejam da mãe triste.)

130
Queria perdoar-lhe o Rei benino,
Movido das palavras que o magoam;
Mas o pertinaz povo e seu destino
(Que desta sorte o quis) lhe não perdoam.
Arrancam das espadas de aço fino
Os que por bom tal feito ali apregoam.
Contra hûa dama, ó peitos carniceiros,
Feros vos amostrais e cavaleiros?

131
Qual contra a linda moça Polycena,
Consolação extrema da mãe velha,
Porque a sombra de Aquiles a condena,
Co ferro o duro Pirro se aparelha;
Mas ela, os olhos, com que o ar serena
(Bem como paciente e mansa ovelha),
Na mísera mãe postos, que endoudece,
Ao duro sacrifício se oferece:

132
Tais contra Inês os brutos matadores,
No colo de alabastro, que sustinha
As obras com que Amor matou de amores
Aquele que despois a fez Rainha,
As espadas banhando e as brancas flores,
Que ela dos olhos seus regadas tinha,
Se encarniçavam, fervidos e irosos,
No futuro castigo não cuidosos.

133
Bem puderas, ó Sol, da vista destes,
Teus raios apartar aquele dia,
Como da seva mesa de Tiestes,
Quando os filhos por mão de Atreu comia !
Vós, ó côncavos vales, que pudestes
A voz extrema ouvir da boca fria,
O nome do seu Pedro, que lhe ouvistes,
Por muito grande espaço repetistes.

134
Assi como a bonina, que cortada
Antes do tempo foi, cândida e bela,
Sendo das mãos lacivas maltratada
Da minina que a trouxe na capela,
O cheiro traz perdido e a cor murchada:
Tal está, morta, a pálida donzela,
Secas do rosto as rosas e perdida
A branca e viva cor, co a doce vida.

135
As filhas do Mondego a morte escura
Longo tempo chorando memoraram,
E, por memória eterna, em fonte pura
As lágrimas choradas transformaram.
O nome lhe puseram, que inda dura,
Dos amores de Inês, que ali passaram.
Vede que fresca fonte rega as flores,
Que lágrimas são a água e o nome Amores.

Carta de D. Pedro

Meu coração,
É com um enorme desgosto que a vejo partir, o meu mundo desmoronou-se quando soube da notícia da sua morte. Prometo-lhe que farei justiça, quem matou a sua beleza será punido.
Sinto tanto a sua falta, morria para poder ir ter consigo. O meu lugar ao pé de si. Sem vós não sou nada, o mundo não tem cor.
Portugal chora a sua morte, pois era bondosa e amiga. Cada dia que passa é uma agonia renovada. Daria tudo para estar consigo outra vez.
Sua filha, Beatriz, está cada vez mais parecida consigo, a cada dia se torna mais bela e mais formosa, um verdadeiro colo de garça.
Todas as manhãs sinto a sua ausência, sinto a sua falta na minha cama, sinto a falta do seu calor corporal, do seu aconchego… da primeira beleza que via ao acordar. Sinto falta de tudo, perdi toda a minha felicidade, todo o meu ser, não há razão aparente para viver, posso morrer pois nunca mais serei feliz, só fui feliz enquanto vivi a seu lado.
Despeço-me com muita tristeza, nunca a esquecerei.
Eternamente seu,
Pedro

Para conhecer mais a história de amor entre Pedro e Inês

Sugestão de filme sobre a história de Pedro e Inês

Ao amor

A Inês

Era uma vez um príncipe que se apaixonou por uma dama

Era uma vez... um príncipe e uma dama. Esta história podia muito bem começar assim. Poderia ter sido um conto de encantar, uma história para adormecer, mas é o oposto. Vou-vos contar uma história para não adormecer.
É muito curta, relata os amores proibidos entre um príncipe e uma dama. O Príncipe enamorado e a dama de companhia, da esposa do príncipe, vivem uma paixão fulminante... Este amor, de cujo fruito nasceram três bastardos, será a condenação da bela Dama.
O povo e os nobres, temendo pela nação, entendem que só a morte de Inês de Castro poderá livrar o Príncipe de tão funesta influência.
Nobres mais influentes, como Diogo Lopes Pacheco, Pero Coelho e Álvaro Gonçalves, convencem el-Rei a decretar a morte de Inês de Castro. O rei consente. De imediato os carrascos aproveitam-se cobardemente da ausência do príncipe para invadir o Paço de Santa Clara, em Coimbra… e matam o que havia de mais puro e singelo entre dois amores.
Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruito,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito
(in Os Lusíadas)

E a minha história chega ao fim. O destino ceifou a vida de Inês ainda muito jovem. Morreu com cerca de 35 anos, uma jovem mulher, com tanto para dar.

Neste conto de fadas o final podia ser outro… bastava o povo e os homens quererem. Inês morreu, não viveu feliz para sempre ao lado do seu amado.

A QUOI ÇA SERT L’AMOUR – EDITH PIAF

A QUOI ÇA SERT L’AMOUR – EDITH PIAF

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A QUOI ÇA SERT L'AMOUR ?

On raconte toujours
Des histoires insensées.
A quoi ça sert d'aimer ?

L'amour ne s'explique pas !
C'est une chose comme ça,
Qui vient on ne sait d'où
Et vous prend tout à coup.

Moi, j'ai entendu dire
Que l'amour fait souffrir,
Que l'amour fait pleurer.
A quoi ça sert d'aimer ?

L'amour ça sert à quoi ?
A nous donner d' la joie
Avec des larmes aux yeux...
C'est triste et merveilleux !

Pourtant on dit souvent
L'amour est décevant,
Qu'il y en a un sur deux
Qui n'est jamais heureux...

Même quand on l'a perdu,
L'amour qu'on a connu
Vous laisse un goût de miel.
L'amour c'est éternel !

Tout ça, c'est très joli,
Mais quand tout est fini,
Il ne vous reste rien
Qu'un immense chagrin...

Tout ce qui maintenant
Te semble déchirant,
Demain, sera pour toi
Un souvenir de joie !

En somme, si j'ai compris,
Sans amour dans la vie,
Sans ses joies, ses chagrins,
On a vécu pour rien ?

Mais oui ! Regarde-moi !
A chaque fois j'y crois
Et j'y croirai toujours...
Ça sert à ça, l'amour !
Mais toi, t'es le dernier,
Mais toi, t'es le premier !
Avant toi, y'avait rien,
Avec toi je suis bien !
C'est toi que je voulais,
C'est toi qu'il me fallait !
Toi que j'aimerai toujours...
Ça sert à ça, l'amour !...

Homenagem francesa ao amor

L'HYMNE À L'AMOUR MADE FAMOUS BY EDITH PIAF LETRE DE CHANSON - EDITH PIAF

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PAROLES EDITH PIAF L'HYMNE À L'AMOUR

Le ciel bleu sur nous peut s'effondrer,
Et la terre peut bien s'écrouler,
Peu m'importe si tu m'aimes,
Je me fous du monde entier.

Tant qu' l'amour inondera mes matins,
Tant qu'mon corps frémira sous tes mains,
Peu m'importent les problèmes,
Mon amour, puisque tu m'aimes.

J'irais jusqu'au bout du monde,
Je me ferais teindre en blonde,
Si tu me le demandais.
J'irais décrocher la lune,

J'irais voler la fortune,
Si tu me le demandais.
Je renierais ma patrie,
Je renierais mes amis,

Si tu me le demandais.
On peut bien rire de moi,
Je ferais n'importe quoi,
Si tu me le demandais.

Si un jour, la vie t'arrache à moi,
Si tu meurs, que tu sois loin de moi,
Peu m'importe si tu m'aimes,
Car moi je mourrais aussi.

Nous aurons pour nous l'éternité,
Dans le bleu de toute l'immensité,
Dans le ciel, plus de problème,
Mon amour, crois-tu qu'on s'aime?

HINO AO AMOR

ESTES POEMAS SÃO DEDICADOS A TODOS OS QUE AMAM E AMARAM VERDADEIRAMENTE ALGUÉM. A TODOS OS QUE SOFRERAM E SOFREM POR AMOR. A TODOS OS QUE MESMO SOFRENDO HORRORES CONTINUAM A AMAR.
PEDRO E INÊS SIMBOLIZAM O AMOR ETERNO QUE QUEREMOS HOMENAGEAR EM TODOS OS PARES POR ESSE MUNDO FORA.



VANUSA
COMPOSIÇÃO: MARGUERITE MONOT / EDITH PIAF - VERSÃO ODAIR MARZANO

Se o azul do céu escurecer
E a alegria na terra fenecer,
Não importa, querido,
Viverei do nosso amor!
Se tu és o sonho dos dias meus,
Se os meus beijos sempre foram teus,
Não importa, querido,
O amargor das dores desta vida!
Um punhado de estrelas
no infinito irei buscar
E a teus pés esparramar,
Não importa os amigos,
risos, crenças e castigos,
Quero apenas te adorar!
Se o destino, então, nos separar,
Se distante a morte te encontrar,
Não importa, querido,
Porque eu morrerei também!
Um punhado de estrelas
no infinito irei buscar
E a teus pés esparramar!
Não importa os amigos
Risos, crenças e castigos,
Quero apenas te adorar!
Quando, enfim, a vida terminar
E dos sonhos nada mais restar,
Num milagre supremo,
Deus fará no céu te encontrar!

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Tradução livre do poema

If the blue sky fades away
And the happiness on the earth vanishes
It doesn’t matter, darling,
I would live of our love!
If you are my days’ dream,
If my kisses have always been yours,
It doesn’t matter, darling
The sourness of this life’s pain
A handful of stars
From the infinite I will bring
And at your feet lay
It doesn’t matter friends,
Laughter, beliefs and punishment
I intent to only adore you!
If destiny set us apart,
If a far away death finds you,
It doesn’t matter, darling,
Because I will also die!
A handful of stars
From the infinite I will bring
And at your feet lay
It doesn’t matter friends,
Laughter, beliefs and punishment
I intent to only adore you!
When, life finally ceases
And of dreams nothing remains,
In a supreme miracle
God in heaven will help me find you.

Filme "O Amor Acontece"

O Amor Acontece é um filme onde o amor surge quando menos se espera. Esta história conta os altos e baixos, as alegrias e as tristezas entre os seres humanos desde pais e filhos, namorados, esposos, gente famosa, gente menos famosa, etc.
O espectador se estiver atento, descobrirá que O Amor Acontece um pouco por todo o lado, não tem local nem hora marcada.
Através deste filme poderemos compreender um pouco melhor algumas histórias de amor, inclusive a de D. Inês de Castro e de D. Pedro.
Nesta história o verdadeiro culpado, segundo o poeta Luís Vaz de Camões, foi o amor. Cupido acertou ao lado, errou a pontaria, a seta foi direitinha para o peito da bela “garça”. De facto o amor fala mais alto e, porque estamos a falar de um tema universal e intemporal, recomendamos que vejam (ou revejam) o filme O Amor Acontece.
Este filme é também um hino ao amor em tempos conturbados como aqueles em que vivemos. Afinal o amor está em todo o lado e acontece quando menos se espera. O problema é que ele pode ser viciante, para toda a vida. Vejam e digam o que acham. Ficamos à espera. Entretanto aqui fica um cheirinho do filme para convencer os mais cépticos. ;0)

Vídeo "Encontro para além da morte"

Noivado em um só acto

Encontro para além da morte

A acção passa-se dentro na nave central do mosteiro de Alcobaça, no ano da graça de 1355, ano da morte del rei e Senhor D. Pedro. As personagens são três: narrador; Inês e D. Pedro.

Narrador:
Vai alta a lua! Na mansão da morte
Já meia-noite com vagar soou;
Que paz tranquila; dos vaivéns da sorte
Só tem descanso quem ali baixou.

Que paz tranquila!... mas eis que de repente
Funérea campa com fragor rangeu;
Branco fantasma semelhante a um monge,
D'entre os sepulcros a cabeça ergueu.
Ergueu-se, ergueu-se!... na amplidão celeste
Campeia a lua com sinistra luz;
O vento geme no feral cipreste,
O mocho pia na marmórea cruz.

Ergueu-se, ergueu-se!... com sombrio espanto
Olhou em roda... não achou ninguém...
Por os túmulos, arrastando o manto,
Com lentos passos caminhou além.

Chegando perto duma arcada,
De pedras alvas sem fim,
Parou, sentou-se e com a voz magoada
Os ecos tristes acordou assim:

D. Pedro:
"Mulher formosa, que adorei na vida,
"E que na tumba não cessei d'amar,
"Por que atraiçoas, desleal, mentida,
"O amor eterno que te ouvi jurar?

"Amor! engano que na campa finda,
"Que a morte despe da ilusão falaz:
"Quem d'entre os vivos se lembrara ainda
"Do pobre morto que na terra jaz?

"Abandonado neste túmulo repousa
"Há já três dias, e não vens aqui...
"Ai, quão pesada me tem sido a lousa
"Sobre este peito que bateu por ti!

"Ai, quão pesada me tem sido!"

Narrador:
E em meio,
A fronte exausta lhe pendeu na mão,
E entre soluços arrancou do seio
Fundo suspiro de cruel paixão.

D. Pedro:
"Talvez que rindo dos protestos nossos,
"Gozes com outro d'infernal prazer;
"E o olvido cobrirá meus ossos
"No frio túmulo sem vingança ter!

Inês:
– "Oh nunca, nunca!"
Narrador:
De saudade infinda
Responde um eco suspirando além...

Inês:
– "Oh nunca, nunca!"

Narrador:
Repetiu ainda
Formosa Inês vindo do além.
Cobrem-lhe as formas divinas, airosas,
Longas roupagens de nevada cor;
Singela c'roa de virgínias rosas
Lhe cerca a fronte dum mortal palor.

Inês:
"Não, não perdeste meu amor jurado:
"Vês este peito? reina a morte aqui...
"É já sem forças, ai de mim, gelado,
"Mas inda pulsa com amor por ti.
"Saudosa ao longe vês no céu a lua?

D. Pedro:
– "Oh vejo sim... recordação fatal!

Inês:
– "Foi à luz dela que jurei ser tua
"Durante a vida, e na mansão final.
"Oh vem! Meu amado eleito,
"Há já tanto que te espero enfim...
"Quero o repouso de teu frio leito,
"Quero-te unido para sempre a mim!"

Narrador:
E quando risonho despontava o dia,
Um tão grande amor renasce por fim
Pedro e Inês de mãos enlaçadas,
Lado a lado p’ra sempre e…FIM.

(Ao longe, um vulto envolto em luz surgia)

Texto adaptado de "Noivado do Sepulcro" de Soares de Passos

O amor é universal

O amor e os afectos não conhecem as barreiras da língua, nem necessitam de tradutores. Mas quando esses afectos são descritos por palavras não se pode dizer o mesmo. Apresentamos aqui uma estrofe de um poema em língua russa com uma síntese do mesmo.

Síntese
O amor é como um pássaro, se o deixarmos fugir não o conseguimos apanhar, mas aprisioná-lo também não dá, ele não compreenderia, percebes?

Любовъ это птица
Упустишъ и непоймаеш
Но в клетке ей таитъся
Тоже ведъ негодитъся
Трудно с ней, понимаеш?


Em jeito de despedida

E... se Inês se tivesse despedido do seu amado? O que lhe teria dito? Nós imaginámos que poderia ter sido assim:

Em jeito de despedida

Longe de ti, caro esposo,
fui em terras de Coimbra acolhida.
Nosso amor, nosso grande amor,
aos olhos do povo era proibido.

Tinha por refrigério teu cheiro,
Tuas lembranças,
Teus filhinhos caros,
Que ali, junto do rio,
A sua inocência gozavam

Queria amar-te, beijar-te,
Queria viver simplesmente,
Queria criar os filhinhos cândidos
belos e ledos, inocentes
De todo o mal e absoltos de culpa.

Mas quiseram os fados
Quis o povo e a inveja dos Homens
que nosso amor,
Nosso contentamento,
Tivesse inquietantes acontecimentos.

Tentei, amor, bem sabes
Fugi para o desterro das terras
transtaganas,
Procurei livrar-te do feitiço
Fiz o que pude e não pude,
Mas tudo em vão….

Meu amor era mais forte,
nosso amor vencia barreiras,
Chorei lágrimas de angústia,
Chorei lágrimas de tristeza
Quis esquecer-te e venerar-te como
Rei e senhor. Mas como? Se és dono do meu ser?

Paguei caro este amor,
o preço mais alto que se pode ter: -paguei com a vida
pagaram meus filhos com a dor
pagaste tu, meu amor,
conjugámos o verbo em todas as pessoas.

O meu silêncio teve um preço,
A paz dos homens punha em perigo,
Mas será paz que o reino teve,
Depois de tamanho sacrifício?

As nossas gravações audio


Noivado no Sepulcro

Pensando na descrição que encontrámos sobre o modo como o corpo de Inês foi trasladado para o mosteiro de Alcobaça e o possível beija.mão que D. Pedro terá exigido que fosse feito àquela que "Depois de morta foi rainha", entendemos imaginar um possível encontro entre os dois amantes no reino do Além.


Noivado no Sepulcro

Vai alta a lua! na mansão da morte
Já meia-noite com vagar soou;
Que paz tranquila; dos vaivéns da sorte
Só tem descanso quem ali baixou.

Que paz tranquila!... mas eis longe, ao longe
Funérea campa com fragor rangeu;
Branco fantasma semelhante a um monge,
Dentre os sepulcros a cabeça ergueu.

Ergueu-se, ergueu-se!... na amplidão celeste
Campeia a lua com sinistra luz;
O vento geme no feral cipreste,
O mocho pia na mormórea cruz.

Ergueu-se, ergueu-se!... com sombrio espanto
Olhou em roda... não achou ninguém...
Por ente as arcadas, arrastando o manto,
Com lentos passos caminhou além.

De repente
Parou, sentou-se com a voz magoada
Os ecos tristes acordou assim:

"Mulher formosa, que adorei na vida,
E que na tumba não cessei de amar,
Por que atraiçoas, desleal, mentida,
O amor eterno que te ouvi jurar?

Amor! engano que na campa finda,
Que a morte despe da ilusão falaz:
Quem dentre os vivos se lembrara ainda
Do pobre morto que na terra jaz?

Abandonado neste chão repousa
Há já três dias, e não vens aqui...
Ai, quão pesada me tem sido a lousa
Sobre este peito que bateu por ti!

Ai quão pesada me tem sido!"e em meio
A fronte exausta lhe pendeu na mão,
E entre soluços arrancou do seio
Fundo suspiro de cruel paixão.

"Talvez que rindo dos protestos nossos,
Gozes com outro d'infernal prazer;
E o olvido cobrirá meus ossos
Na fria tumba sem vingança ter!"

- "Ó nunca, nunca!" de saudade infinita,
Responde um eco suspirando além...
- "Ó nunca, nunca!" repetiu ainda
Formosa virgem que em seus braços tem.

Cobrem-lhe as formas divinais, airosas.
Longas roupagens de nevado cor;
Singela c'roa de virgíneas rosas
Lhe cerca a fronte dum mortal pavor.

"Não, não perdeste, meu amor jurado:
Vês este peito? reina a morte aqui...
É já sem forças, ai de mim, gelado,
Mas ainda pulsa com amor por ti.

Feliz que pude acompanhar-te ao fundo
Da sepultura, sucumbindo à dor:
Deixei a vida... que importava o mundo,
O mundo em trevas sem a luz do amor?

Saudosa ao longe vês no céu a lua?"
- "Ó vejo sim... recordação fatal"
- Foi à luz dela que jurei ser tua
Durante a vida, e na mansão final.

Ó vem! se nunca te cingi ao peito,
Hoje o sepulcro nos reúne enfim...
Quero o repouso do teu frio leito,
Quero-te unido para sempre a mim!"

Quero viver contigo agora,
O que não pude em vida,
Quero amar-te eternamente,
Minha amada querida.

(Adaptação do poema de Soares de Passos)

Obrigado, meu amor

Será que um grande amor se esvai com o tempo? A morte será realmente a solução para acalmar feridas?

Este é o poema que imaginámos que D. Pedro poderia ter dedicado à sua amada. É uma espécie de reflexão dos tempos vividos em harmonia e paixão.


Obrigado, meu amor

Por tudo o que me deste: — amor, carinho,
Afectos, ternura…
Noites loucas de insónia...
Obrigado, obrigado, meu amor!

Por aquela tão doce e tão breve ilusão.
(Embora nunca mais, depois que partiste,
Eu volte a ser quem fui),
sou rei, sou soberano, mas nada tenho!

Sou rei do reino de aquém,
Mas quantas tesouros eu não daria
Para ser teu rei no Além!

Sou rei sem vida,
Sou cruel,
Sou justo,
Sou … triste!

(Adaptação do poema de Carlos Queiroz)

Dor de Alma

A história de Pedro e Inês é uma história de amor trágico, de sofrimento, onde tudo acaba mal.

Dor de Alma


Minh’alma, de perder-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos por não te ver!
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu já passaste a vida!

Não vejo nada assim enlouquecido...
Passo no mundo, meu Amor, a ver
O ódio, o temor e a inveja do ser
Que me não deixou p’ra sempre contigo viver!

Tudo no mundo é efémero, tudo passa.
Meus, olhos não posso pôr postos em ti
fico de rastros, meu amor,
Ah! Já nada me dói, morri contigo
Mataram-me, meu amor!
Mataram o que havia de mais puro!

(Adaptação do poema de Florbela Espanca)

Nasceu

Viva!

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O Sot@ques é um blogue criado para registar os nossos trabalhos privilegiando-se os registos orais, sempre que possível.